JORNAL LÓTUS - 10 ANOS
INFORMATIVO DA ORDEM
TEOSÓFICA DE SERVIÇO - RJ
EDIÇÃO ESPECIAL
Ano 10 - Nº. 40
Outono – 2014
“A união de todos os que
amam a serviço de tudo o que sofre.”
Blog da OTS-Rio - http://otsriojan.blogspot.com.br/
Facebook: www.facebook.com /OTSRJ
10
anos de Informativo da Ordem Teosófica de Serviço do Rio de Janeiro. Valeu a
persistência divulgando mensagens da OTS no Rio de Janeiro. Hoje a OTS é um trabalho presente junto à
Seção Nacional da Sociedade Teosófica, sendo conhecida e organizada em Lojas e
grupos Teosóficos por todo o Brasil. Sua Coordenadora Nacional, Andréa Resende,
tem organizado Bazares ,com muito sucesso, durante as Escolas de Inverno e de Verão da ST, cujos
lucros são sempre destinados a inúmeras instituições filantrópicas.
O
Informativo da OTS- Rio, que em certa época representou a OTS Nacional, fez a
sua parte nestes dez anos, não deixando o serviço cair no esquecimento e
ampliando a divulgação do trabalho da
Ordem fundada há mais de cem anos pela Dra. Besant, na Índia, cujo ideal está
cada vez mais necessário e atual
O Jornal
Lótus, Informativo da Ordem Teosófica de Serviço do Rio de Janeiro, completa
dez anos de idade. Nasceu em setembro de 2004 e apresentou o personagem Théo,
criação de Ailton Santoro, da Loja Rio de Janeiro, que apresentou reflexões de
um teósofo, de uma maneira cheia de humor e interessante. O outro simpático
personagem é o Pirilampo, nova criação do artista, que é encantador. Durante
estes 40 números, o jornalzinho divulgou assuntos relativos à Ordem, mantendo-a
viva e atuante entre os Teosofistas.
A FRATERNIDADE UNIVERSAL
PRECISA DE IDEAIS ABRANGENTES
A
humanidade atual chegou a um individualismo assustador. Apesar da enorme
evolução da comunicação, apesar das evidências de que qualquer ser humano pode
realizar coisas boas e importantes para
o todo, muitos sequer dão-se conta de algo que não seja ele mesmo ou o que lhe
interessa, particularmente. Palavras como obrigado, por favor e desculpe-me são
raramente usadas, principalmente pelos mais jovens. No nosso país, a mídia
valoriza o esperto, aquele que sempre consegue levar vantagem e o trabalho pelo
coletivo ou até mesmo o respeito pela autoridade, pelo grupo, pelo professor,
pelo mais velho, pelo mais fraco, vem caindo em desuso ao longo do tempo. Os
que já estão com mais de 50 anos viveram
tempos em que as pessoas tinham um ideal de luta por maior liberdade, mais
direitos humanos, etc. Esta geração mudou o estilo de vida das mulheres, deu
maior liberdade aos filhos, crianças ou jovens; hoje, já na terceira idade,
criam um novo tipo de idoso, mais livre, mais consciente da necessidade de
cuidar do físico e da saúde, de viver uma vida mais alegre e participativa. Mas
talvez não tenham passado valores que incluam o outro, e enfatizaram o
individualismo e a liberdade descompromissada, pois não a viveram. Há uma
tendência geral a cuidar se si mesmo , trabalhar muito e desvalorizar a troca
fraterna , a convivência , o olhar compreensivo, e dá-se pouca atenção ao que
não está diretamente ligado aos próprios interesses. Não adianta defender “ o
meu grupo”. É preciso defender conceitos universais tais como liberdade,
respeito, não violência, direito à saúde, à vida, ao conhecimento e à expressão. Precisamos de
ideais mais do que nunca. Mas em cada um destes ideais, o que importa é a
percepção de que TODOS merecem uma vida digna que lhes favoreça o progresso ,e
a noção de que o direito de um termina
onde começa o do outro. Este é o limite. Eu posso cantar , dirigir, festejar,
mas não posso incomodar ou ferir ao outro , o som não pode prejudicar o sono de
quem dorme ou a audição dos outros. Em países desenvolvidos e mais sérios , não
se vê crianças na rua em horário escolar. Elas estão onde devem estar e só após
o turno , por volta das 16 horas, é que aparecem de repente. Mãe pedindo
dinheiro com bebê no colo o dia inteiro, nem pensar. Mas aqui, a mãe pobre e
que trabalha não tem onde deixar o filho e pais de classe média gastam uma boa
parte do salário para conseguir uma boa creche para os filhos. Mas não há um
grande interesse em resolver a questão.
Basta
olhar as notícias no jornal para notar que até mesmo entidades sérias pecam
pela visão estreita na hora de lutar pelos ideais que defendem. Luta-se por
direitos de descendentes de escravos do passado. Mas os mesmos grupos não
defendem os escravos atuais, gente pobre e ignorante de todos os tipos, que é
mantida em escravidão no campo, nas usinas , as crianças escravizadas pelo
trabalho infantil, nas guerras, na exploração sexual etc., aqui e em outros
lugares do mundo. E quem se importa com o horário de trabalho abusivo de
pessoas que trabalham em um shopping , em um supermercado ou outro lugar do
tipo explorador , a quem é negado uma convivência familiar adequada? A mídia e
os grupos de direitos humanos costumam preocupar-se , é claro, com a forma que
os presos devem ser tratados, mas esquecem-se do sofrimento por que passam as
vítimas. Pouco se menciona as vítimas policiais, por exemplo, ou mesmo de
qualquer família que perde seu chefe, deixando uma mãe com filhos para serem
criados. E será lícito respeitar uma “tradição” que mutila a genitália das
mulheres, mata um dos filhos gêmeos, corta a mão do ladrão , estupra como
castigo ou mata porque é homosexual? Não será hora de refletirmos e exigirmos mudanças que levem em conta o
avanço da humanidade no sentido da evolução e dos ideais universais? Passa a
valer o que traz felicidade a todos. Lutas marciais de várias tradições , por
exemplo, Transformaram uma forma de causar sofrimento e morte em excelentes
exercícios capazes de dar saúde física e formar atitudes de respeito,
fraternidade e destreza mental. É também o caso da capoeira, hoje bastante
praticada até mesmo por crianças nas escolas, de grande beleza e já espalhada
pelo mundo.
Há
pouca luta por trabalho, creches , escola e saúde decente para todos. As crianças,
os idosos e os animais precisam mais
ainda de quem os defenda, pois são mais vulneráveis. Há pouco um pai matou seu
filho de 6 anos de pancadas porque o mesmo
“parecia” ser gay. A pobre criança não ia à escola e sua mãe nordestina,
com mais dois filhos, despachou-o para o Rio , para viver com um pai que nem
conhecia, quando a Escola começou a cobrar a a obrigatoriedade de frequência.
Nenhum grupo de defesa de homosexuais ou outro de direitos humanos apareceu
para reclamar e fazer algo ao menos em memória
do pequeno mártir. Seria o caso menos importante do que o beijo gay na TV que
causou tanto alarde? E o que dizer das taxas altíssimas de pedofilia, violência
contra as mulheres e contra crianças, até por parte das mulheres , infelizmente
e inclusive .
É
preciso indignar-se, é preciso lutar pela conscientização e pela fraternidade
universal. Valores universais valem para todos, trazem vida, felicidade e
evolução para todos. A Teosofia tem a fraternidade universal como sua meta e a
Ordem Teosófica de Serviço aponta vários caminhos para ajudar na encarnação
destes valores aqui no planeta.
Regina
Medina – membro da Loja Conde de Saint Germain e editora do Lótus.
A Imaculada Concepção e a
Mulher Eterna
Baseado
no livro de Geoffrey Hodson intitulado A Vida do Cristo do Nascimento à
Ascensão, realizamos este estudo intitulado A Imaculada Concepção e a Mulher
Eterna. O enfoque será na simbologia oculta que envolve as narrações que
relatam a anunciação, a concepção e o nascimento da vida de Jesus o Cristo. Após
a apresentação das simbologias, procuramos fazer um paralelo com a simbologia
do personagem bíblico Maria como a Mãe do Mundo, e referenciar o seu trabalho
na qualidade de guardiã da mulher. A Mãe do Mundo trabalha em estreita
colaboração com os agentes Lipika, ou os Senhores do Carma. Em seu plano, a Mãe
do Mundo está envolvida com o trabalho de prover corpos adequados para egos bem
desenvolvidos, e essa tarefa não é fácil. Milhares de egos avançados estão
prontos para a encarnação, a fim de poderem ajudar no trabalho de Instrutor do
Mundo, mas a dificuldade de encontrar corpos adequados é muito grande.
Procuramos sensibilizar as mulheres, nossas irmãs, para uma reflexão mais
profunda com relação ao cumprimento do nosso trabalho para com a vida e o plano
maior, cooperando sempre que possível com este poderoso Arcanjo que é a Mãe do
Mundo. Como consta em uma publicação do ano de 1928, escrita C. W. Leadbeater,
“A mulher não deve ser considerada apenas como um apanágio do homem, uma vez
que ela não foi feita para o seu mero benefício ou prazer, mas os dois devem se
realizarem como poderes iguais embora em personalidades diferentes. A missão da mulher é tornar-se a mãe de
futuros ocultistas - daqueles que vão nascer sem pecado.” Neste sentido o
pecado poderia ser muito bem entendido como por uma concepção imaculada, ou
seja, uma concepção pura entre Egos.
Se,
então, quisermos fazer parte desta tarefa gloriosa dos que trabalham para a Mãe
do Mundo, há várias linhas de atividade abertas para nós. Através de palestras,
escrita, ou usando influência entre amigos, podemos tentar o nosso melhor para
promover e expor a grande ideia da espiritualização do amor. Ou podemos tentar
ajudar na instrução das mulheres, na higiene do parto, e na necessidade de
ambas, a preparação física e espiritual para isso, ou ainda, na prestação de
condições adequadas para as mulheres pobres, tanto antes como depois da época
de gestação. Mais uma vez, podemos nos dedicar a qualquer um dos ramos do
trabalho relacionado com a promoção do tipo certo de educação para crianças de
várias idades. Estaremos assim, expandindo o aspecto do poder do arquétipo
feminino em nossas vidas.
Simone
Pitta – membro da Loja Esperança, de João Pessoa, responsável pela coordenação
dos trabalhos da OTS da Paraíba. Fontes:
LEADBEATER.
C.W. The World Mother As Symbol and Fact BY. Disponivel em THE THEOSOPHICAL PUBLISHING HOUSE ADYAR,
MADRAS 600020, INDIA First Edition 1928.HODSON. Geoffrey. A Vida do Cristo do
Nascimento à Ascensão. Editora Teosófica- Brasília, 2001 segunda edição.
*** - ORDEM
TEOSÒFICA DE SERVIÇO EM VITÓRIA – ES: O trabalho da OTS está a cargo da
coordenadora Elvira Lopes que realiza um belo trabalho junto a pessoas
deficientes de uma instituição católica de Vitória. O Presidente da Loja
Blavatsky, o irmão Konstantin Gouveia, realiza atendimento oftalmológico
gratuito às freiras e internos da mesma instituição em seu consultório.
O FIM DA VIOLÊNCIA
Para
investigar as causas da violência precisaríamos ir além desta vida. A
Sra. Radha Burnier, em um de seus artigos na revista Sophia, nos fala sobre a
“transferência de opressão”.
Ela
diz que “a transferência de opressão é um fenômeno conhecido no mundo E cita
exemplos :
“Alunos
que foram severamente punidos por seus professores na escola levam isso adiante
e tratam seus alunos da mesma forma ao se tornarem professores. A nora que nas
sociedades tradicionais é humilhada e maltratada faz o mesmo com sua própria
nora, pouco tempo depois.” O educador Paulo Freire, no seu livro Pedagogia do
Oprimido, ensina que o oprimido carrega em si o opressor. Casos de opressão
ocorrem também entre sociedades, entre países. E num mesmo país vemos grupos
antagônicos guerrearem entre si. A propósito disso, a autora faz o seguinte
questionamento: “Mas suponhamos que não exista outra nação ou grupo sobre os
quais a raiva reprimida possa ser liberada, o que acontece? Ela pode permanecer
reprimida até a próxima encarnação. De que outra maneira podemos explicar os
atos inacreditavelmente desumanos de uma parte da humanidade, mesmo entre
pessoas supostamente bem-educadas?”
Por
tudo isso, é urgente refletirmos permanentemente sobre a sugestão do Mestre
Jesus:
“Ama
teus inimigos, faz o bem àqueles que te odeiam e reza por aqueles que te
perseguem...”
Este
é um ensinamento utópico?
O
fim da violência externa começa com o fim da raiva interna, reprimida ou não.
Que tal fazermos uma experiência e tomarmos a iniciativa de terminar com uma
rusga antiga? Quem liberta aos outros, a si mesmo liberta.
Paz
a todos os seres.
Fernando
Mansur , membro da Loja Augusto Bracet ; artigo publicado no Jornal O Dia, do
Rio de Janeiro, onde é colunista.
OPORTUNIDADES DE SERVIÇO
OFERECIDAS PELA OTS
Organização:
É necessário que um membro da ST responsabilize-se pela organização, mas
simpatizantes são sempre bem-vindos.
Ação
social – Arrecadação de recursos em campanhas
para ajudar instituições. Apoio a entidades que trabalham
seriamente pelos Direitos Humanos e
proteção a idosos, crianças necessitados. Defesa da ética como ação em todos os campos da vida, do respeito ao
outro, da liberdade e da não violência.
Campanha
de Natal 2013 e material escolar para o início do ano - LAR DE ANÁLIA FRANCO ,
pela OTS RJ.
Cultural
– Informações culturais que divulguem assuntos relacionados com os ensinamentos
e valores teosóficos e propostas de trabalho da Ordem (jornais,
artigos,livros,filmes,músicas). Organização de eventos culturais que unam os
MSTs e celebrem suas datas importantes.
Espiritual
– Meditação pela paz , informações sobre terapias, vegetarianismo, cura,
alimentação natural. Ritual de cura de acordo com a proposta da OTS internacional.
Proteção
Animal – Apoiar as entidades que defendem os animais e participar de suas
campanhas, combater a vivisecção, divulgar dados e estudos sobre a
inteligência, sensibilidade, emoções e alma dos animais. Divulgar o
vegetarianismo.
Cidadania
e Meio Ambiente – Trabalhar pelos direitos humanos, a proteção ambiental, a
Ecologia, a Educação, os valores, o consumo consciente,a higiene etc.
Paz
Mundial – A defesa da paz e de todos os valores que a sustentam,
conscientização, apoio a atitudes fraternas. Exemplo da atitude de religiosos
durante os conflitos no Egito: Cristãos protegem muçulmanos para que possam
rezar. Muçulmanos protegem cristãos para que também possam rezar. Imagens que
não poderiam expressar melhor o respeito à religião do outro.
PAZ A TODOS OS SERES !
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